quarta-feira, 6 de abril de 2011

ARTIGO: Raízes de plantas e materiais descartados são usados para despoluir a água

Regina Motta

A reciclagem, hoje, já é uma realidade cada vez mais utilizada, felizmente. O uso dos materiais descartados vem se difundindo, tornando-se fonte de renda e, até mesmo, transformando-se em “Arte”. Da preocupação com o reaproveitamento da água e dos materiais descartados surgem iniciativas simples, práticas e altamente eficientes: Uma nova forma de utilizar estes materiais está sendo desenvolvida na Universidade de Pensilvania, pelo doutorando Robert D. Cameron e o professor de horticultura Robert D. Berghage, e foi apresentada em Havana, Cuba, no Congresso de Agricultura Orgânica e Sustentável.

Preocupados com o esgotamento rápido da água potável em nosso planeta, Cameron e Berghage buscaram novas alternativas para purificar a água residual. Usando materiais descartados e uma combinação de plantas e colônias de bactérias, colocados dentro de tubos verticais, eles puderam purificar a água suja da máquina de lavar roupa, tornando-a apropriada ao cultivo de hortaliças.

É um projeto que requer muito menos espaço e é muito mais eficiente na remoção de contaminantes. Mais de 90 por cento dos poluentes da água foram removidos em três dias, e a água tratada apresentou baixos níveis de sólidos em suspensão e níveis não detectáveis da bactéria Escherichia coli.
O sistema de tratamento de água consiste em dois tubos plásticos corrugados, de aproximadamente dois metros de comprimento por 30 cm de diâmetro, colocados na posição vertical, com separação de cerca de 90 cm entre eles, em uma base contendo 30 cm de terra e calcário moído.

Na base dos tubos plantaram papiros e rabo de cavalo – conhecida também como cavalinha. As duas fossas condutoras foram preenchidas com camadas alternadas de rochas porosas, esterco compostado de gado, turfa, pneus triturados, cerâmica e calcário moído.

Um dado interessante é que plantaram hortaliças e plantas ornamentais – tomates, pimentões, alecrim, manjericão e orquídeas – em buracos perfurados ao longo do comprimento dos tubos. Foram bombeados aproximadamente 170 litros de águas residuais provenientes de uma máquina de lavar no topo dos dois tubos. Não apenas a malha apertada – criada pela terra, cascalho e raízes – filtrou os poluentes, como as colônias de bactérias entre as raízes comeram a matéria orgânica dissolvida.
Pode-se usar também camadas de sucatas de ferro, ou de argila, para armazenar o fósforo.

Os poluentes não metabolizados são armazenados na mistura e podem ser removidos do sistema quando se substitui periodicamente as plantas.
As análises químicas da água tratada mostraram uma redução de nitritos de mais de 90 por cento – de 24 partes por milhão para apenas 1,9 partes por milhão.

O sistema também é eficaz para a filtragem de boro. Apesar de o boro ser um micronutriente necessário para as plantas, ele é tóxico em altos níveis e pode acumular-se no chão. Segundo os resultados da pesquisa, uma amostra de água suja apresentava níveis de boro de 702 partes por milhão. Depois de três dias de tratamento, a água coletada na base das tubulações tinha apenas 58 partes por milhão – uma redução de 92 por cento. Outros poluentes foram reduzidos de forma semelhante, no período de dois a três dias.
Iniciativas como esta provam que o ser humano, quando premido por uma necessidade, é capaz de encontrar soluções simples que resolvam seus problemas de sobrevivência.

Regina Motta– contato@paisagismodigital.com.br responsável pelo site de divulgação de produtos e profissionais ligados ao Paisagismo, Jardinagem e Meio Ambiente http://www.paisagismodigital.com.br é membro associado do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu.

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